PENEDO, OURO ALAGOANO
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Penedo, primeiro povoado de Alagoas, fundado no século XVI às margens do Rio São Francisco, guarda tesouros arquitetônicos do Brasil Colonial, dos casarios, do ouro das igrejas, dos anjos e santos barrocos, da festa de Bom Jesus dos Navegantes, de comer jacaré, e da arte bordada pelas mulheres ribeirinhas.
Penedo merece ser visitada o ano todo. Tem Festival de Cinema, bloco de carnaval e mais de 20 igrejas históricas. Caminhe pela cidade, respire a história e lembre-se: mergulhe nas águas doces do Velho Chico para retornar à cidade beijada pelo Opará, o “rio-mar”, como os índios batizaram o rio.
Bom Jesus
Renove sua fé na procissão fluvial da festa de Bom Jesus dos Navegantes, santo protetor do rio e dos pescadores. A festa profana e religiosa é uma das expressões do cotidiano dos ribeirinhos, que acontece todo segundo domingo do mês de janeiro na cidade de Penedo. Salva de fogos, procissões e uma peregrinação com a imagem de Bom Jesus invadem as ruas de Penedo num espetáculo religioso que reacende fé e costumes locais.
Forte da Rocheira
A cidade foi oficialmente fundada em 1560, por Duarte Coelho de Albuquerque (segundo donatário da Capitania de Pernambuco), que subiu o Rio São Francisco e, em cima de uma rocha (a Rocheira), fundou ou restaurou um povoado, dando um caráter oficial à povoação. Atualmente, o local abriga um restaurante com um mirante, de onde se contempla o Rio São Francisco e seu belo pôr do sol.
Oratório
Diante da antiga Cadeia Pública, na Praça Barão de Penedo, existe o pequeno oratório construído em 1769, em estilo colonial, de porta única almofadada. Por algum tempo, serviu para que os presos assistissem à missa e rezassem. Mas, conta-se que ali também eram enforcados os condenados à morte, embora não exista registro oficial sobre isso. Atualmente é o mais um belo monumento histórico da cidade.
Da Corrente
A Igreja de Nossa Senhora da Corrente, vista do hotel São Francisco, é o cartão postal mais belo do Rio São Francisco. Construída em 1720 para ser uma capela privativa da família Lemos, a igreja é considerada uma das mais lindas do Brasil. Seus retábulos são de estilo neoclássico, cuja influência baiana traz imitações de mármore. Contam que no movimento abolicionista, os escravos usaram a igreja como refúgio, à esquerda do altar, podemos ver a passagem secreta onde eles ficavam até receber uma carta de alforria falsificada e, assim, pudessem fugir para Palmares. A pintura do forro da capela-mor foi feita em vermelho e azul escuro.
Anjos
O anjinho barroco na fachada da Igreja Nossa Senhora dos Anjos, com feições indígenas, é uma das relíquias da obra construída a partir de 1660 sobre as ruínas do forte de Nassau, com pinturas em ouro nos altares e na coroa portuguesa, em cima da nave principal. O púlpito é decorado com pátina dourada e concha de jacarandá. O complexo restaurado pelo IPHAN tem proposta de transformar os antigos aposentos dos frades em 12 apartamentos para hospedagem.
Tempo
A Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário começou a ser construída no século 18, mas só foi finalizada mais de 100 anos depois. A igreja fica à Praça Barão de Penedo, reunindo imagens seculares de São Sebastião, Santa Cecília, São José, Santo Antônio e Santíssima Trindade. A maioria das peças são de madeira.
Memórias de Dom Pedro
O sobrado que hospedou o imperador D. Pedro II na sua visita à Penedo, em 1859, abriga dois equipamentos culturais: Memorial Raimundo Marinho e Museu Paço Imperial. O memorial reserva a história de seu patrono e da cidade de Penedo, entre as décadas de 1960, 1970 e 1980, período em que, sob sua administração, o município alcançou amplo desenvolvimento econômico e cultural, a exemplo do famoso Festival de Cinema.
Circuito Penedo de Cinema
Idealizado para fomentar a produção audiovisual no Estado e prestigiar o que vem sendo feito no segmento por aqui, o evento reúne diretores, atores e entusiastas da sétima arte em uma programação de exibições, mesas-redondas, shows e atividades culturais na cidade histórica. O Circuito Penedo de Cinema é uma realização Universidade Federal de Alagoas, Governo de Alagoas e do Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo.
Museu Paço Imperial
Seu acervo guarda objetos do período imperial brasileiro, onde estão expostas porcelanas, mobiliário, arte sacra e objetos que contam parte da história da cidade e do Brasil. Também dispõe de hemeroteca, arquivo iconográfico, livros, ornamentos, pratarias e mobiliário que retratam diferentes períodos de Penedo e da passagem de Dom Pedro II pelo Rio São Francisco.
Teatro Sete de Setembro
O primeiro teatro de Alagoas foi inaugurado em 7 de setembro de 1884. Projeto do arquiteto Italiano Luigi Lucarini, é um belo exemplar do estilo neoclássico. A fachada é encimada por quatro estátuas de louça, representando as deusas da Música, da Poesia, da Pintura e da Dança.
Arquitetura Eclética
A cidade de Penedo abriga muitos monumentos históricos, como as igrejas barrocas com seus anjos e santos do Brasil Colonial. Mas também existem exemplares da arquitetura moderna, com o hotel e o cinema São Francisco, que outrora era palco do Festival Nacional de Cinema, que movimentava a região.
Bordando Penedo
O Rio São Francisco é a inspiração para 35 mulheres bordarem as festas, as igrejas e a vida dos ribeirinhos, em bolsas, sacolas, vestidos, porta-joias, enxovais, coisas que encantam o Brasil. Elas bordam em linhas coloridas no vaivém do rio São Francisco, com a graça, a beleza e a identidade cultural de um povo na Associação Pontos e Contos.
De barquinho
Na cidade de Penedo o passeio de barco pelo Rio São Francisco é feito em lanchas e embarcações pequenas para Sergipe, como o povoado Carrapicho, centro de artesanato de barro. Objetos de barro, como as famosas quartinhas (garrafa de água feita em barro) são encontradas nas lojas da feirinha de artesanato local.
Santeiro
Penedo é uma cidade de mestres santeiros, uma tradição mantida por Antônio Francisco Santos, conhecido como mestre Timaia Santeiro. Há mais de 40 anos, ele transforma madeira em santos, em carrancas e em bustos de personalidades. Timaia aprendeu a arte com o mestre Antônio Pedro dos Santos, já falecido, descendente da Escola de Santeiros de Penedo e, sem sombra de dúvidas, quem mais deixou discípulos na histórica cidade.
Pantanal Alagoano
Marituba do Peixe é um povoado de Penedo e pertence a uma Área de Preservação Ambiental (APA), com uma área de 18.600 hectares. Abrange também os municípios de Feliz Deserto e Piaçabuçu. Conhecido como Pantanal Alagoano, pela beleza da várzea, também é roteiro que agrega as tradições de antigas casas de farinha e o artesanato da palha de Ouricuri, material que as mulheres transformam em bolsas, chapéus e outros produtos.
Feira do Peixe
Para os apreciadores da gastronomia brasileira, dois lugares devem ser incluídos, para quem chega a Penedo: a Feira de Peixe, com oferta de todos os pescados do Rio São Francisco, como o camarão de água doce, torrado da forma tradicional no sal,que vira petisco e o Mercado Público, ótimo para conhecer as cores e a diversidades das feiras típicas do interior. O café da manhã é uma tradição
Boas vindas com jacaré
Dar boas vindas em Penedo tem um sabor, o de Jacaré, tradição das famílias da cidade ao receber os visitantes com o bichinho no leite de coco, acompanhado de farofa. Em épocas remotas foi proibida a caça do animal e, quando alguém burlava a lei, dizia-se: “hoje tem bacalhau do rio”. Mas atualmente a carne é oriunda de criatórios com destino às mesas dos lares e restaurantes da cidade histórica.
Sabores do Velho Chico
Saborear o camarão do Rio São Francisco, peixe pilombeta e destrinchar os caranguejos com pirão, são as tradições do Rio São Francisco. O peixe tilápia não é nativo, mas se adaptou bem aos criatórios e representa emprego e renda para os ribeirinhos, além de ser um item da boa gastronomia penedense. Os guisados de galinha, carneiro, buchada, também integram a culinária local e não faltam nos restaurantes e bares da cidade.