Folguedos de Alagoas - Guerreiro

Foto: Wesley Menegari

Caracterizados pelas letras, temática, danças e ritmos, os folguedos de Alagoas são o ponto alto de nossa cultura. Para se ter uma ideia, o estado possui a maior diversificação em folguedos do país. 

Com origem folclórica e religiosa, com traços do catolicismo e marcas de cultos africanos, os folguedos de Alagoas tem manifestações que acontecem durante todo ano, de acordo com o período festivo.

Conheça algumas das principais manifestações dos folguedos de Alagoas e uma parte significativa de nossa cultura!

 

Coco de Roda

O Coco de Roda tem raízes africanas e é um dos mais antigos folguedos de Alagoas. Coco de Roda alagoano é uma dança cantada, sendo acompanhada pela batida dos pés ou tropel. Também denominada de pagode ou samba,  essa manifestação artística é um dos pilares da cultura alagoana.

Dessa forma, o Coco de Roda está entre os maiores destaques do estado. Acredita-se que o ritmo nasceu nas fronteiras de Alagoas e Pernambuco, porém o ritmo ganhou representatividade por versões próprias em vários estados do Nordeste.

Marcado pela força das cantorias e batidas de pé, geralmente têm suas apresentações mais frequentes no período junino. No entanto, sempre que a cultura alagoana é apresentada, o Coco marca presença com toda sua beleza e esplendor.

 

Reisado

Outro dos maiores símbolos de nossa cultura é o reisado. O folguedo é composto por números de canto, danças e declamações de obras poéticas decoradas ou de improviso. O reisado é considerado, por conta dessa variedade de manifestações artísticas, uma espécie de revista popular.

O Reisado ganha destaque em Alagoas principalmente no período natalino, que vai de 24 de dezembro a 6 de janeiro. Na época, músicos, cantores e dançarinos vão de porta em porta anunciar o nascimento do Messias. Além disso, o folguedo também homenageia os Três Reis Magos e faz louvações aos donos das casas onde dançam. 

Rei, rainha, embaixador, mestre ou secretário de sal, contramestre, mateus e palhaço são os personagens da manifestação. Para dançar o folguedo, os participantes vestem trajes multicoloridos como saiote de cetim colorido, chapéu de aba larga guarnecido de espelhos redondos, flores artificiais e fitas variadas e trazendo em mãos sanfona, tambor e pandeiro. 

Dessa forma, o reisado alagoano se transformou num ponto social importante na vida dos subúrbios de Maceió ou das localidades e engenhos do interior. 

 

Fandango

Romance, dança, música, anedotas, ditos, lendas e orações compõem o fandango nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Em Alagoas, no entanto, o Auto não possui um enredo ordenado ou lógico. Portanto, ele é marcado por uma série de cantigas náuticas de diversas épocas e origens que retratam odisseias marítimas dos navegadores portugueses. 

Relembra os sofrimentos de uma nau perdida, o sofrer da tripulação pela calmaria, fome, desespero e a solidão do mar. Retrata ainda as lutas e o heroísmo dos marujos. O espetáculo acontece em um tablado, armado em frente à igreja ou em qualquer outro local ao ar livre, previamente escolhido.

O Fandango do Pontal, que representa a manifestação no estado, é formado por 36 componentes entre 05 a 85 anos. O grupo ensaia sempre aos sábados, na Colônia de Pescadores do Pontal da Barra.

 

Guerreiro

Multicolorido, marcado pela presença de “dançadores” e cantores, o guerreiro alagoano é um folguedo que surgiu por volta de 1927 e 1929. Ele é resultado da fusão de Reisados alagoanos, do antigo e desaparecido “Auto do Caboclinhos”, da Chegança e dos Pastoris

O folguedo possui em média 36 personagens e cada um é identificado pelos chapéus, geralmente em forma de igrejas, palácios e catedrais. Eles são enfeitados com espelhos, fitas, contas de aljôfar, enfeites de árvore de natal, diademas, coroas, guarda-peitos.

Gostou de conhecer mais sobre nossa cultura? Nosso estado tem ainda uma série de tesouros esperando para serem descobertos por você!