UNIÃO DOS PALMARES – TERRA DA LIBERDADE
Subir a Serra da Barriga rumo ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares é vivenciar a história do líder Zumbi dos Palmares, que comandou a luta contra escravidão e pela liberdade. Hoje Patrimônio Cultural do Mercosul, a Serra é sinônimo de muitas histórias. Por ano, 8 mil pessoas conhecem de perto um pouco do herói negro assassinado em 20 de novembro de 1695, data em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra. Mas não precisa esperar novembro chegar: com a WS Tour, toda quarta-feira é dia de trilhar os caminhos da liberdade em União dos Palmares, berço da cultura afro-brasileira. Entre vistas surpreendentes e gostos seculares, visitar o Parque Memorial Quilombo dos Palmares e respirar perdas e vitórias.
Serra da Barriga
Com uma área verde de cerca de 30km2, a Serra da Barriga possui matas fechadas que podem alcançar 500 m de altitude. Foi nesse ambiente recluso que mais de 20 mil negros viveram entre 1597 e 1695. Durante o período de dominação portuguesa e holandesa, os escravos se rebelavam e fugiam para lá na esperança de uma vida longe de torturas. De União dos Palmares até a Serra são 9km de distância.
Reconhecimento
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1986, a Serra da Barriga recebeu o título de Patrimônio Cultural do Mercosul em novembro de 2017. Também fazem parte dessa lista, a Ponte Internacional Barão de Mauá, que liga as cidades de Jaguarão, no Brasil, e Rio Branco, no Uruguai; e a região das Missões, que abrange cinco países da América do Sul, Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
O Parque
O Parque Memorial Quilombo dos Palmares é o único parque temático sobre a cultura negra no Brasil. Desde que foi inaugurado em 2007, cerca de 8 mil pessoas visitaram o espaço por ano. Entre paredes de pau-a-pique e inscrições em banto e yorubá, o Parque possui algumas construções significativas: Onjó de farinha (Casa de farinha), Onjó Cruzambê (Casa do Campo Santo), Oxile das ervas (Terreiro das ervas), Ocas indígenas e Muxima de Palmares (Coração de Palmares).
Som do berimbau
Na quarta-feira, ou em visita agendada, o silêncio da Serra da Barriga é quebrado pelo grupo de capoeira que, ao som de berimbau, dá boas vindas aos visitantes. No Parque foram reconstituídas algumas das mais significativas edificações do Quilombo dos Palmares. Com paredes de pau-a-pique, cobertura vegetal e inscrições em banto e yorubá, avista-se o Onjó de farinha (casa de farinha), Onjó Cruzambê (casa do Campo Santo), Oxile das ervas (terreiro das ervas), Ocas indígenas e Muxima de Palmares (Coração de Palmares).
Sabor quilombola
O sabor da gastronomia quilombola do restaurante Baobá, comandado pela famosa Mãe Neide, é um dos pontos altos do tour. A casa tem o privilégio de cultivar as hortaliças, ervas, frutas e galinhas de capoeira que abastecem a sua cozinha orgânica, temperada nas tradições do pó do camarão seco e do dendê da cultura afro-brasileira.
Receita da liberdade
Os mini acarajés com camarão seco e caruru reforçam o tom do restaurante Baobá. A iguaria da culinária afro-brasileira é comida de Iansã, orixá dos bons fluidos e das energias positivas. Preparado à base de amendoim cozido com linguiça, bacon, charque e carne de sol, o Malungo é um prato para celebrar a liberdade dos escravos.
O artesanato de Muquém
A comunidade quilombola de Muquém, em União dos Palmares, é o registro vivo das tradições do artesanato da cultura afro-brasileira. Lá, os descentes dos africanos vivem da cerâmica. Um das mestras mais conhecidas é Dona Irinéia, Patrimônio Vivo Cultural de Alagoas, conhecida pelo mundo afora pelas cabeças de barro, além de santos e anjos. Sua arte rústica está presente em hotéis, restaurantes e galerias de arte
Panelas de barro
Dona Marinalva aprendeu desde cedo a fazer panela de barro para sobreviver, mas as suas cuscuzeiras e chaleiras, tradição dos remanescentes quilombolas, são objetos de desejo de chefs de cozinha e dos apreciadores da arte do barro. A cerâmica de Muquém é a melhor lembrança da história da liberdade.